sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Cultura e política

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Brazlândia: Diversão é fundamental

Em Brazlândia, moradores reclamam da falta de espaços culturais. Com mais de 60 mil habitantes, a cidade não tem sala de cinema nem de teatro.



A falta de opções de lazer em Brazlândia uniu alguns jovens. “Não existe um lugar onde a gente possa se divertir. O único jeito que a gente encontrou foi a dança”, conta o dançarino de break Helrison Pereira.



“Aqui não tem casa de cultura, não tem um teatro ou um projete que trabalhe algo que seja prazeroso para a juventude”, fala o coordenador do grupo de dança, Paulo Humberto de Almeida.



Os espaços que existiam, como o Balneário Veredinha, que já foi ponto de encontros e apresentações da cidade, agora estão fechados. Para ensaiar, os jovens usam o pátio de uma escola pública.



“Gostaríamos de ter um espaço público, uma casa de cultura que abrigasse todas as manifestações culturais dos jovens. Espaço para treinar, se apresentar, ter shows”, indica Allison Dias, outro coordenador do grupo.



Quem quer fazer um programa cultural tem que sair da cidade. O cinema mais próximo fica a quase 30 quilômetros, no shopping de Taguatinga.



“O fato de ter que pegar ônibus já desestimula. E, no final de semana, o transporte coletivo é pior, não passa direito. A comunidade fica sem opção”, reclama Paulo Humberto.



Em Brazlândia há 47 mil eleitores; 51% deles têm até 35 anos. São jovens, como os que fazem parte do grupo de dança, que vão às urnas escolher quem tem as melhores propostas para a cidade.



E não basta só fazer promessas. “Prometeram uma praça do hip hop, que não saiu. Eles fizeram a Praça da Bíblia, mas, nesse lugar, só deixam fazer show quando tem as festas da igreja”, conta o dançarino Antonio Bezerra.



“Acho que é o momento deles fazerem algo concreto, algo que não fique só no papel. A gente está cansado disso. Na verdade, a gente só é visto como cidadão quando estamos na fila votando. Depois, você cai no esquecimento”, acredita Paulo Humberto.



“Todo ser humano precisa ser feliz e a cultura faz com que a pessoa seja feliz, sim”, ressalta o jovem.



Reportagem: Lívia Veiga

Imagens: Rafael Sobrinho

Produção: Stephanie Alves